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Eurocopa: em rodada louca, Grupo F classifica gigantes e tem recorde de CR7

Hungria segurou a Alemanha até onde pôde. Foto: Reprodução

França e Portugal protagonizaram um ótimo jogo nesta quarta-feira (23), onde as duas equipes buscaram a vitória do início ao fim, mas acabaram empatando por 2 a 2 na Puskás Arena, em Budapeste, pela terceira e última rodada da fase de grupos da Eurocopa. Os franceses se classificaram às oitavas de final em primeiro lugar, enquanto os portugueses passaram como um dos melhores terceiros colocados.

A França buscou controlar a partida desde o início, mantendo maior índice de posse de bola (60% a 40%), mas não conseguiu transformar o domínio em muitas chances de gol. De concreto, apenas uma linda enfiada de bola de Pogba para Mbappé que, cara a cara com Rui Patrício, sozinho na grande área, acabou finalizando em cima do goleiro português.

Portugal, que ameaçava subidas em contra-ataques e majoritariamente em bolas aéreas, acabou chegando ao seu gol através dos cruzamentos. Em mais uma bola alçada contra a defesa francesa, o goleiro Lloris saiu mal e acabou acertando um soco no rosto do volante Danilo Pereira. O árbitro marcou o pênalti e deu cartão amarelo para o arqueiro. Na cobrança, CR7 converteu e chegou a 108 gols com a camisa lusitana - apenas um atrás do iraniano Ali Daei, recordista absoluto de gols por seleções, com 109.

O gol levou insegurança aos franceses e confiança aos portugueses. Mais presentes no campo de ataque, os comandados de Fernando Santos seguravam a bola perto da área de Lloris, evitando ao máximo que a França pudesse trabalhar seu jogo a partir do meio-campo e explorar a velocidade de seus pontas. Desestabilizados, os Bleus viram a posse de bola cair para 55% - contra 45% dos adversários.

Quando o primeiro tempo já se encaminhava para o fim, em mais uma enfiada de bola de Pogba, Mbappé tentou correr na diagonal do gol e acabou derrubado pelo lateral-direito Semedo. Mais um pênalti na partida. Na cobrança, o atacante Benzema, até então sumido do duelo, deu números iguais ao placar e levando ânimo e esperança ao vestiário visando a segunda etapa.

Segundo tempo

O gol antes do intervalo fez toda a diferença para a França voltar com outra atitude na etapa complementar. Logo aos 2 minutos, na principal arma francesa, a enfiada de bola de longa distância do meia Pogba, Benzema partiu nas costas dos zagueiros e saiu na cara do gol. Ele chutou cruzado para vencer o goleiro Rui Patricio e ainda precisou esperar a confirmação do VAR sobre a posição legal para soltar o grito da virada.

Com a virada francesa, Portugal, que chegou a saltar para a liderança com a vitória parcial por 1 a 0, agora estava na lanterna com os resultados de momento - já que, até então, a Hungria vencia a Alemanha. Diante do panorama de eliminação, os lusitanos precisariam de muita superação para ultrapassar a estabilidade da equipe do técnico Didier Deschamps, atual campeã mundial.

Cercando a área adversária, Portugal insistia nos cruzamentos. Até que, em um lance quase perdido na linha de fundo, Cristiano Ronaldo tentou emendar o chute para o meio da área e a bola resvalou no braço de Koundé. Mais um pênalti no confronto. O próprio CR7 assumiu a cobrança, empatou a partida e igualou o recordista Ali Daei, tornando-se o jogador com mais gols por seleções na historia do futebol.

A França voltou a pressionar. Em sequência incrível, o goleiro Rui Patrício fez dois milagres consecutivos. Pogba bateu da entrada da área, no ângulo, e o camisa 1 voou para salvar, vendo a bola ainda bater na trave. No rebote, Griezmann chutou forte, cruzado, e o arqueiro espalmou de novo para evitar o gol. A essa altura, já não havia mais organização tática - as duas equipes jogavam com o coração.

Embora corrido e muito disputado até o final, o duelo permaneceu empatado. As duas equipes vão fortes para as oitavas de final, assim como a Alemanha, que ficou com a segunda colocação após passar aperto contra a Hungria.

Alemanha x Hungria

Na outra partida do grupo, disputada na Arena de Munique, a Alemanha precisou suar para fugir da zebra diante de seus torcedores. Isto porque a Hungria chegou a abrir 1 a 0, resistindo bravamente à pressão dos donos da casa até os 20 da segunda etapa.

Após marcarem com Szalai logo aos 10 minutos, os húngaros montaram uma fortaleza defensiva para tentar segurar o resultado. Os números do intervalo mostram o tamanho da pressão sofrida: 70% de posse de bola para os alemães, 8 chutes contra apenas três e 382 passes trocados contra apenas 122. No lance de maior perigo, em escanteio aos 20, Hummels subiu mais que todo mundo e cabeceou no travessão.

A Alemanha, então, teria 45 minutos para buscar pelo menos um empate para avançar às oitavas de final. E, depois de muito martelar, o time de Joachim Löw igualou o marcador aos 20 minutos. Em bola cruzada pelo alto, Hummels escorou para o meio e Havertz completou para o gol. Festa e alívio para os alemães, que voltavam à zona de classificação.

No entanto, nem houve tempo para comemorar. Literalmente na saída de bola, a Hungria fez um lançamento longo, Szalai fez o pivô e lançou pelo alto, em profundidade. Schäfer aproveitou cochilo da zaga, se jogou na bola de peixinho e venceu o goleiro Manuel Neuer para devolver a dianteira do placar aos húngaros. A loucura tomou conta dos jogadores e também dos torcedores nas arquibancadas, que vibraram muito com o tento.

Aos 30 minutos, o jogo virou ataque contra defesa. O goleiro Neuer já pisava na linha de meio-campo, enquanto a Alemanha cercava a área de defesa da Hungria em busca de um gol salvador. Com a equipe inteira dentro da própria área, os húngaros lutavam contra o bombardeio de cruzamentos e rezavam para o tempo passar mais rápido.

Mas não adiantou. A tradição, a luta e a pressão da Alemanha falaram mais alto. Aos 37, após muito tentar, em bate-rebate dentro da área, Werner chutou e foi travado. A bola, então, caiu nos pés de Goretzka, que encheu o pé e mandou para a rede. Não deu para Gulácsi. Apesar da luta louvável em campo, a Hungria ficou na lanterna, com dois pontos.

A Alemanha, que fez campanha praticamente idêntica à de Portugal, ficou na vice-liderança devido ao confronto direto. Já os lusitanos, também com 4 pontos, também avançam entre os melhores terceiros colocados.

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